"Felizes somos nós, Israel, pois o que agrada a Deus nos foi revelado"

Baruc IV, 4

Sobre o Mosteiro


Prior
Dom Tomás de Aquino
Endereço para correspondência
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Horário Monástico
03:30 - MATINAS, seguidas da “Lectio Divina”
06:00 - LAUDES, seguidas de oração mental
07:00 - Café da manhã
07:30 - PRIMA, seguida de aulas
11:00 (ou 10:00 aos Domingos e Grandes Festas) - TERÇA e MISSA CONVENTUAL
12:00 - SEXTA seguida de almoço
14:15 - NOA, seguida de trabalho manual
17:00 - VÉSPERAS, seguidas de oração
18:00 - Jantar
18:45 - Capítulo
19:00 - COMPLETAS
20:00 - Apagar as luzes

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Nossa fundação na França
Carta aos amigos e benfeitores de N. Sra. de Bellaigue
Setembro de 2001 - Nº 1
Caros amigos,
Uma das coisas que mais chamam a atenção do observador ignorante das estações na Europa, é a força com a qual a vida retoma seu curso na primavera. A relação com a Ressurreição de Nosso Senhor é evidente. O mestre não disse: "Eu sou a Ressurreição e a Vida?" Oito meses se passaram desde nossa chegada a Bellaigue. Nós temos assistido a uma discreta, mas verdadeira ressurreição dessa abadia, que esteve morta por mais de dois séculos. Mas a "Deus nada é impossível": como Lázaro, a abadia esteve simplesmente adormecida. Sem dúvida que as centenas de monges que aqui nos precederam se alegram no Céu e intercedem poderosamente por nós.
São muitas as graças que nossa Fundação, filha do Mosteiro da Santa Cruz, tem recebido de Deus. Nós desejamos comunicá-las não somente aos nossos hóspedes, oblatos e famílias que se aproximam da abadia, mas também aos nossos amigos brasileiros, sempre lembrados em nossas orações. Realmente as almas consagradas formam que a boca da Igreja, que rende a Deus o tributo de adoração e de louvor que lhe é devido. Todas as suas ações, mesmo as mais simples, são como a repercussão da salmodia e dos hinos. Assim a vida do religioso torna-se toda inteira uma oração. cumprindo o preceito de nosso Redentor "cumpre sempre orar e nunca desfalecer."
Que N. Sra. de Bellaigue vos cumule de todas as suas bênçãos.
D. Anjo, O.S.B. 
Crônica
Outubro: 14. Grande festa em Vérac. Hoje é a tomada de hábito dos nossos irmãos Plácido e Bernardo-Pio, nossa partida para Bellaigue e chegada das irmãs do Oasis (Espanha). Como presente de adeus, os fiéis de Verác nos deram o sino que nos chama aos ofícios aqui em Bellaigue.
Novembro: 5. Primeira Missa na igreja abacial, com assistência de cerca de 200 pessoas. Os irmãos trabalham na fabricação de cidra, pois recebemos de herança milhares de maçãs!
Dezembro: 24. Vigília de Natal. Às 21:30 h, matinas solenes. Toda a igreja abacial foi iluminada com pequenas velas. Depois da missa, nós convidamos os fiéis para o tradicional chocolate na hospedaria.
Janeiro: 6. Epifania. Recebe o escapulário mais uma oblata, irmã Francisca Romana.
Janeiro: 25. Grande passeio ao santuário de N. Sra. do Trigo, pelas regiões dos Cambralhas.
Março: 21. N.P.S. Bento. Visita das alunas da escola N. Sra. da França.
Março: 23. A administrção dos Monumentos Históricos vem nos visitar. Estamos de acordo com relação aos trabalhos a fazer.
Abril: Hospedaria superlotada para a Semana Santa. Os ofícios foram integralmente cantados.
Abril: 21. Sábado "in albis". Visita do R. Pe. Nely, do priorado de Marselha. Já tivemos a alegria de receber muitos padres, religiosos e religiosas amigos do mosteiro, que vêm sempre apoiar a nossa fundação.
Maio: 27. Domingo. O R. Pe. Nely prega nosso retiro anual, tendo por tema o espírito de S. Bento.
Junho: 10. Domingo da Ssma. Trindade. Oblatura do ir. Luís. Já temos uma dezena de oblatos.
Junho: 23. Tomada de hábito de nosso ir. Bento.
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Dom João da Cruz

Nascido na Argentina, chamado José Schöo, antes de receber o hábito beneditino, conheceu a Tradição através da Fraternidade São Pio X, na qual ingressou estudando inicialmente na Argentina e em seguida em Ecône, na Suíça. Atraído pela vida monástica entrou no mosteiro beneditino de Santa Maria Madalena, na França. Aí fez sua profissão perpétua em 1982. Ordenado sacerdote por S. Ex. Dom Marcel Lefebvre em 1986, foi enviado ao Brasil no ano seguinte para ser um dos fundadores do nosso mosteiro da Santa Cruz em Nova Friburgo no Estado do Rio de Janeiro, onde foi Mestre de noviços. Após a separação com o Mosteiro Sainte Marie Madaleine du Barroux ficar consumada, D. João voltou ao nosso mosteiro, indo em seguida para Santa Maria (RS), onde foi recebido pelo dedicado, fiel e extremamente generoso Sr. Otero. Sua presença em Santa Maria marcou profundamente muitas almas e preparou o terreno para a obra que lá realiza hoje o Rev. Pe. Pascal ajudado pelo Rev. Pe. Carlos.
Devido à sua saúde, D. João teve que se recolher ao mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe nos Estados Unidos, onde foi também Mestre de noviços, vindo a falecer no dia 29 de junho deste ano, em conseqüência de suas doenças suportadas com heróica resignação.
Digamos agora algumas palavras sobre as virtudes de nosso saudoso Dom João.
Como sacerdote, Dom João exerceu sobre inúmeras almas o que é próprio de um sacerdote, ou seja, o zelo para encaminhá-las para Deus. Nesse particular quantos poderão testemunhar sobre as graças recebidas através do ministério sacerdotal de Dom João da Cruz, o qual levou muito longe essa dedicação atenta para com cada alma em particular!
Ainda como sacerdote, o seu amor à missa o fazia rezá-la com uma reverência e dignidade que impressionaram a Revda. Madre Marie Christianne, fundadora dos Carmelos da Tradição e irmã de Dom Lefebvre, como ela mesma contava.
Ainda como sacerdote, devemos notar os sermões de Dom João, que tocavam fundo nas almas devido não só à expressão sempre densa e incisiva, mas, sobretudo pela sua Fé e sua experiência do sofrimento, que o acompanhou ao longo de toda a sua vida.
Para conhecer D. João como monge, bastava visitar a sua cela, reflexo de seu amor pela regularidade, ou seja, de seu amor à Santa Regra, pela observância deste código de santidade legado por Nosso Bem-aventurado Pai São Bento.
Neste rápido esboço sobre D. João não podemos deixar de lembrar a sua doença. Que martírio foi para ele essa doença que justamente o impedia de observar as prescrições da Regra e a ficar prostrado no leito, atormentado horas a fio pela dor! Essa dor contínua foi, sem dúvida alguma, o caminho privilegiado de sua santificação e de sua penetrante direção das almas, pois só quem sofreu entende os sofrimentos do próximo.
Para terminar, lembremos que em 1988 quando Dom Gérard Calvet fez inaceitáveis acordos com Roma, Dom João da Cruz foi o primeiro a tomar a corajosa decisão de se separar da obediência de Dom Gérard, preferindo obedecer antes a Deus do que aos homens, compreendendo o que dizia São Bernardo: “Aquele que faz o mal porque lho ordenaram, não faz ato de obediência, mas sim de rebelião”.
Que todos esses exemplos de dedicação sacerdotal, paciência nas provações, fidelidade à Fé, amor da missa e da estrita observância da Regra permaneçam sempre vivos em nossa lembrança.
A seus familiares apresentamos aqui nossos pêsames e lhes asseguramos de nossos sentimentos de simpatia nessa circunstância dolorosa.
D. Tomás de Aquino OSB

Prior do Mosteiro da Santa Cruz